Vivemos uma era em que os conflitos são cada vez mais complexos, o tempo é escasso e a busca por soluções eficazes se tornou prioridade. Nesse contexto, surge a Advocacia Multiportas: não como uma tendência passageira, mas como uma resposta ética, estratégica e profundamente conectada às transformações sociais, institucionais e tecnológicas que impactam o Direito.
Mais do que conceito, uma postura profissional
A Advocacia Multiportas parte da premissa de que o processo judicial é apenas uma das possíveis vias para a solução dos conflitos — e, muitas vezes, não a mais eficaz. Ao invés de negar o Judiciário, ela o inclui como uma alternativa legítima, mas amplia o campo de atuação do advogado para abarcar a negociação, mediação, conciliação, arbitragem, justiça restaurativa, práticas colaborativas, dispute boards, direito sistêmico e outras tecnologias sociais de resolução de disputas.
Essa advocacia exige do profissional mais do que conhecimento jurídico. Exige presença, escuta qualificada, empatia e visão estratégica, colocando o advogado como protagonista da construção de soluções jurídicas conscientes e sustentáveis.
As 7 portas de conexão com o cliente
Um dos pilares da Advocacia Multiportas é o entendimento de que o cliente não é apenas um portador de uma demanda técnica. Cada pessoa traz consigo uma pluralidade de dimensões que precisam ser consideradas para que a solução proposta seja de fato adequada. Para isso, o atendimento jurídico pode se dar por sete diferentes portas de conexão:
- Porta Racional – Onde se estrutura o discurso técnico-jurídico.
- Porta Emocional – Onde se acolhe o que o cliente sente, sem julgamento.
- Porta Relacional – Onde se compreende a teia de relações envolvidas.
- Porta Simbólica – Onde se identificam padrões inconscientes e significados ocultos.
- Porta Social – Onde se observa o contexto coletivo e as vulnerabilidades sociais.
- Porta Contextual – Onde se capta o momento de vida e o tempo do conflito.
- Porta Existencial – Onde se acessam questões de fé, sentido e transcendência.
Essas portas orientam uma escuta estratégica, permitindo ao advogado uma atuação mais humana, coerente e eficaz.
Um novo perfil de atuação
O advogado multiportas é um mentor jurídico estratégico, que atua de forma consultiva, preventiva e resolutiva. Ele:
- Sustenta a autonomia do cliente.
- Oferece clareza, não decisões prontas.
- Integra técnica jurídica com inteligência emocional.
- É ponto de estabilidade em meio à complexidade e à automatização.
- É capacitado para dialogar com outras áreas do conhecimento, como psicologia, neurociência, administração, contabilidade e mediação.
Inteligência Artificial: ferramenta, não substituto
Num mundo cada vez mais automatizado, é natural que a Inteligência Artificial (IA) seja incorporada à prática jurídica. Na Advocacia Multiportas, ela é bem-vinda como ferramenta de apoio, útil para pesquisas, análises e ganho de eficiência. Mas nunca como substituto da presença humana.
Afinal, nenhum algoritmo oferece o que o advogado multiportas entrega: clareza emocional, discernimento ético e visão ampliada do contexto.
Advocacia estratégica, humana e de resultados
A Advocacia Multiportas é uma advocacia ativa, que se propõe a evitar judicializações desnecessárias, antecipar riscos, preservar vínculos sociais e econômicos e atuar com foco em soluções reais.
Em nosso escritório, acreditamos que essa abordagem é o caminho para uma advocacia mais moderna, mais eficiente e, sobretudo, mais conectada com o que realmente importa: o ser humano no centro.